O nome deste senhor já ficou na História por outras razões, mas não será certamente pela sua existência que nela voltará a ser inscrito. E, no entanto, a sua insignificância entra-nos pela casa dentro com uma frequência indesejável e com ameaças veladas que bem dispensaríamos.
Podia reduzir-se ao papel do velho «ponto» dos teatros, e dar as deixas à dupla Passos Coelho / Gaspar, mas não: veio agora a público, uma vez mais, para afirmar que cortes na despesa (no estado social, entenda-se) são melhores que aumentos de impostos, deixando «à sociedade» a escolha entre fome e vontade de comer.
Como se não houvesse alternativas, como se a inevitabilidade do «ajustamento», no tempo e nos termos determinados, fosse um dogma mais credível que a infalibilidade do papa, como se o senhor Selassie não soubesse, tão bem como nós, que ele não acontecerá.
Entretanto, o país vai ficando destruído. E não só, nem principalmente, pelo vento e pela chuva.
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