Foi hoje e isso aconteceu com as primeiras seis linhas, inteirinhas, da sua crónica semanal no DN:
«Somos a geração que está a destruir Portugal. Daqui a décadas, aqueles que viverem nos escombros do que foi Portugal olharão para trás e culpar-nos-ão da sua situação. Apesar do nosso hábito pedante de condenar épocas antigas por males que lhes assacamos, as acusações que um dia ouviremos nunca as pudemos atribuir aos antigos.
Na sua amargura, os futuros terão dificuldade em acreditar que, apesar do desvario, tivéssemos momentos de lucidez e vislumbre da futura destruição.»
Eu a pensar que o homem tinha sido bafejado pelas luzes do além, e que se preparava para ir para as ruas gritar contra a troika, mas não: afinal aquilo que está a aniquilar o país «é a destruição da família e a extinção da natalidade», já que «nos cinco anos desde 2007 já houve mais de 80 mil abortos, cerca de dez vezes os soldados portugueses mortos nos 14 anos de Guerra Colonial».
O genocídio continua galopante, diz ele, e eu temo que esteja a dar ideias a Gaspar: uma taxazita de 100% no IRS para quem não fizer crianças enquanto a troika por cá andar. Julgo que Gaspar se está nas tintas para as angústias de César das Neves (como está para as nossas), mas who cares: era mais uma fatia para os milhões que lhe faltam e que irá buscar aos nossos bolsos!
Andam loucos à solta e a comunicação social dá-lhes palco. Essa é que é essa.
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1 comments:
Deixe lá o homem. Os 90% de espaço que a comunicação social mainstream reserva a esquerdistas e demais "politiqueiros correctos" não chega?
O César das Neves é dos poucos que quando fala toca na ferida ou fala naquilo que os outros preferem encobrir. Este é só um exemplo.
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