... trancas à porta.
«Sem surpresa, Cavaco Silva veio agora juntar-se ao coro. Depois de milagreiro, o "memorando" tornou-se o óbvio culpado de todos os males, e a troika no inevitável bode expiatório da catástrofe nacional que estamos a viver. É o costume: depois do fracasso, em vez de se explicarem as causas e de se apurarem as responsabilidades, ensaiam-se desculpas e procuram-se bodes expiatórios.
Todos os intervenientes – o Fundo Monetário Internacional, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu – entraram numa espiral de recriminações mútuas que revela bem o abismo de incompetência e de improvisação para que o País foi arrastado. Mal puderam, os seus diversos "agentes locais" também entraram na dança do passa-culpas, o que ninguém quer é assumir a responsabilidade da situação nacional. (...)
Tudo isto mostra bem – ao contrário do que temos hoje – a importância política do pluralismo, do dissenso e do debate em todas as matérias económicas e financeiras, sem excepção. Só esta via permite evitar o desastre, como o que ocorreu com as políticas de austeridade que desvalorizaram cegamente os efeitos de uma consolidação orçamental selvagem sobre o crescimento. O debate sobre a austeridade (...) começou tarde demais. Pois é... os debates pecam sempre por ser tardios – e depois, de pouco adiantam as variações sobre a culpa!»
Manuel Maria Carrilho
.
1 comments:
Vamos la, pois, para o dialogo e o dissenso,seguindo o apelo e o incitamento do MM. Carrilho. Num texto das suas Obras Completas, " Pensar o Mundo",MMC faz uma revelação: " hoje so se pode ser reformista..." E´ espantoso como um discipulo( em versão sofisticada de reader´s digest como se patenteia nas citadas OC...) de Rorty, Foucault e Wittgenstein se atreve a tal rendição ideologica. O Alfredo Barroso escreveu ha anos uma contundente critica/catalinaria contra o estilo politico MMC:so´ com um super-Estado e uma super-burocracia se conseguem realizar as profecias mirificas de MM Carrilho, sublinhou!Salut! Niet
Enviar um comentário