17.6.13

Greve: da asneira à grande derrota



É difícil imaginar comportamento mais desastroso de Passos Coelho, Nuno Crato (e até do prometedor Poiares Maduro) em todo este imbróglio.

O governo deu comos garantidos os serviços mínimos, recorreu canhestramente da decisão do Colégio Arbitral, desafiou os professores convocando-os em massa para o dia de hoje, manteve um braço de ferro com os sindicatos exigindo-lhes, até à 25ª hora, um compromisso que eles nunca poderiam aceitar: não marcarem mais nenhuma greve em dias de exames, até ao final da época, embora tivessem assegurado que não o fariam em qualquer data que o ministério escolhesse para substituir a de hoje.

Crato falhou ontem a última chamada para uma saída airosa: adiar o exame, precisamente em nome do bem maior que são os alunos que tanto diz defender. Estes estariam hoje certamente menos «perturbados», em casa, sem indecisões, do que à porta das escolas não sabendo, sabe-se lá até quando, o que os espera. Mas preferiu a roleta russa e correu-lhe mal.

O custo será grande e não só para um ministro. É todo um governo, já sem chama e que só se mantém à força, que está a ter uma derrota monumental. Ficamos a dever mais esta vitória aos professores que estão a mostrar, valentemente, que não se brinca com eles, com a escola pública e com o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos. Porque é isso que está em causa.

Isto vai, isto há-de ir. 
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