Nem o jornal Le Monde é um pasquim de vão de escada, nem a França é um dos preguiçosos países do Sul, equiparados pelos senhores do mundo ao Burkina Faso. Daí a violenta reacção em Editorial de ontem, daquele diário, às afirmações de Durão Barroso que classificou como «reaccionária» a posição francesa de defesa da excepção cultural nas negociações em curso, entre Estados Unidos e Europa.
Os factos são conhecidos, as notícias estão nos jornais, mas não resisto a citar o que Le Monde diz de Durão Barroso. E em português, já que a francofonia anda pelas ruas da amargura, aqui nesta ponta ocidental da Europa.
«Desde há oito anos que o presidente da Comissão se distingue pela sua maleabilidade. Defensor dos pequenos Estados quando era primeiro-ministro de Portugal, liberal quando foi nomeado para Bruxelas antes da crise de 2008, sarkosista sob a presidência de Nicolas Srakosy, incapaz, desde então, da menor iniciativa para relançar a União, acompanhou o declínio das instituições europeias.
Hoje, com 57 anos, este camaleão prepara o futuro. À procura de um belo lugar, na NATO ou nas Nações Unidas – quem sabe? –, escolheu bajular os seus parceiros anglo-saxões, o primeiro-ministro britânico e o presidente americano. À cabeça da Comissão, Barroso terá sido um bom reflexo da Europa: uma década de regressão.»
Se nada disto resultar, talvez consiga ser presidente da República Portuguesa! Improvável? Registe-se para hipótese de memória futura.
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2 comments:
A Europa "já era".
Só uma europa arruinada e desmoralizada, e até semi-islamizada (caso da França), é que tinha um qualquer barroso como um dos maiores europeus do mundo.
Carissimo sr. " septuagenario": Barroso foi lançado ao mundo por Cavaco Silva, como MNE, nos equivocos anos 90. Depois engalfinhou-se na zona de alta turbulencia da luta de tendencias do PSD, e chegou a PM, anos depois de Guterres ter abandonado justamente o " barco ", sinalizando a impossibilidade tecnica e financeira do " pantano " da governação...Repescado pelo afastamento de Santana Lopes de S. Bento,por maestria negocial de Jorge Sampaio-PR, foi empurrado para Bruxelas, com visivel , empertigado e polemico auto-contentamento. A unica coisa de positivo que lhe ouvi dizer publicamente: gosta muito dos romances de Maria Gabriel Llansol...E obra mesmo para o sucessor de Prodi na Comissão Europeia, que conquistou a fama nada invejavel de oscilar oportunisticamente de ideias, cada vez quer Merkel, Sarkozy( outrora) lhe telefonavam para dar instruções. Niet
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