Lê-se sobre a Grécia e pensa-se em...?
«Um ano após subir ao poder, o Governo de Antonis Samaras tenta convencer as instâncias internacionais de que a saída da crise está para breve. Mas a realidade nas ruas de Atenas, mergulhadas em apatia, desmente o optimismo do primeiro-ministro grego. (...)
“Já ninguém fala de Grexit mas sim de Grecovery”, declarou o primeiro-ministro Antonis Samaras na quinta-feira passada, em Helsínquia, depois de uma reunião com o seu homólogo finlandês (...): o risco da Grécia sair da zona euro já passou e chegou a hora da recuperação. (...)
A praça vazia não é sintoma de otimismo. Seis anos depois do início da grande crise, se as manifestações já não são tão grandes é porque o cansaço de três anos de austeridade sem tréguas também tem destruído o toque a reunir. Os protestos de vários grupos afectados pelos cortes têm sido quase diários, mas com menor intensidade. (...) “Há menos pessoas nas manifestações pela simples razão de que se protesta quando se tem esperança, quando se acredita que as coisas podem mudar”. (...) “Sim, a comunicação está a dar resultado. Porque, apesar da situação estar pior do que há dois anos, o que existe agora é uma derrota social, a resignação perante o que está a acontecer.” (...)
As sondagens voltam a dar o primeiro lugar ao seu partido [de Samaras], à frente do esquerdista Syriza. “A Nova Democracia está a ganhar novamente porque as pessoas querem acreditar na ideia de que estamos a melhorar. Sabem que não é assim, mas precisam de acreditar que é. A outra parte da história é a imaturidade da esquerda.” (...)
Numa das paredes de Atenas, muitas das quais, nos últimos três anos, têm servido para verter a raiva de uma juventude que, de repente, se viu sem futuro, alguém escreveu: “Onde está o meu resgate?” Palavras incómodas, que não fazem parte do novo guião.»
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