«O escritor espanhol Miguel de Unamuno, no seu "Portugal, povo de suicidas", escreveu: "Dizia-se e repetia-se que toda a agitação em Portugal era uma tempestade num copo de água, obra unicamente dos políticos".
A crise actual é isso mesmo: uma roleta russa jogada por políticos com uma pistola apontada à cabeça dos portugueses. Serão estes que poderão sentir o impacto final e letal. (...)
A leviandade política reinante conduziu o país, depois de dois anos de sacrifícios sem fim e sem resultados práticos, para este beco sem saída. Mas o que assusta é o desprezo com que estas manobras políticas dispensam os portugueses, como se a eles estivesse apenas reservado o papel de espectadores arruinados. Se custa ver um Governo dividido em busca de quem pode ser apresentado como culpado do desastre, pior é a sensação de que Cavaco Silva está alheado de tudo o que se passa. (...)
Vive-se um tempo em que não é este Governo que está podre. É este regime e esta elite que em vez de governar Portugal se governa a si própria. Como tem feito de forma constante nos últimos séculos. É assim que Portugal se suicida. Ou alguém o suicida.»
Fernando Sobral
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