«Como todos os meninos uruguaios, eu também quis ser jogador de futebol.
Jogava muito bem, era uma maravilha, mas só de noite, enquanto dormia:
de dia era o pior perna de pau que já passou pelos campos do meu país.
Como adepto, também deixava muito a desejar.(...)
Os anos passaram e, com o tempo, acabei por assumir a minha identidade: não passo de um mendigo de bom futebol. Ando pelo mundo de chapéu na mão e nos estádios suplico:
– Uma linda jogada, pelo amor de Deus!
E quando acontece o bom futebol, agradeço o milagre – sem me importar com
o clube ou o país que o oferece.»
Eduardo Galeano, Futebol, Sol e Sombra.
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