12.5.14

O Estado é deles?



«Portugal nunca teve um rei Luís XIV a dizer que “o Estado sou eu!” Mas tem tido demasiados políticos, ao longo dos séculos, que se têm comportado como se eles fossem o Estado.

Apropriaram-se do conceito e domesticaram-no: “O Estado é nosso!” A confusão não permite, por isso, qualquer reforma verdadeira. O Estado partidarizado e refém de grupos que se sucedem a colher os seus frutos e os impostos dos cidadãos não se reforma. Mascara-se. (...)

O Governo não quer mudar de modelo, porque isso implicaria o fim da partidarização e o fim do Estado como centro de emprego para os pajens e de distribuição de benesses para quem tem acesso à feijoada do Orçamento.

Reformar é ter melhores serviços públicos com menos impostos e não cortá-los (como se tem feito), enquanto se aumenta impostos. O problema é que os partidos olham para o Estado e acham que ele é propriedade privada. Sua.»

Fernando Sobral, no Negócios.
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2 comments:

FG disse...

Até gostava, não fosse aquela ideia subjacente e altamente difundida, de que é a existência dos partidos a raiz de todos os males, como se fossem constituídos por extraterrestres. E, mais difundida ainda a ideia de que são todos iguais. A "salvação" estará sempre entre os "puros" os independentes, coisa que não existe. Tem, portanto, o impacto de um grito d'alma. Neste momento não chega.

Joana Lopes disse...

«a EXISTÊNCiA dos partidos a raiz de todos os males». Onde lê isso?