Se os lagos andinos, de que ontem falei, são um belo cartão de entrada na Patagónia, há que descer mais, Argentina abaixo, e fazer escala obrigatória em El Calafate, porque é a 80 quilómetros desta pequena cidade que se encontra o famosíssimo Perito Moreno – uma das minhas «paixões» de viajante, diria mesmo que a maior de todas, aquela que, mesmo que tente hesitar, acabo por pôr sempre na primeira linha de qualquer leque de escolhas.
Estende-se desde o campo de gelo Patagónico Sul, perto da fronteira com o Chile, até ao Sul do Lago Argentino, tem 5 quilómetros de largura e atinge 60 metros de altura. Considerado como uma das reservas de água doce mais importantes do mundo, não há palavras nem fotografias que revelem a realidade da sua força imponente, a extrema beleza das cores que vão variando com a intensidade do Sol, o silêncio e o ruído ronco de pequenas (ou grandes...) explosões.
Mas há que continuar a descer até Ushuaia, mesmo na ponta do continente americano, estar preparado para ter neve mesmo que seja Verão e ir até à estação do Fim do Mundo apanhar o pequeno comboio pata a Terra do Fogo.
Depois.... o ideal é mesmo fazer um pequeno cruzeiro de dois ou três dias no Estreito de Magalhães, subir ao Cabo Horn, ver glaciares de todos os tamanhos e feitios e ir desembarcando em pequenas ilhas onde vivem pacificamente milhares de pinguins. Mas cuidado e que ninguém diga a gentes da terra que já tinha visto iguais no Norte da Europa, porque é uma ofensa: pinguins só existem mesmo no hemisfério Sul!
Um conselho? Antes de partir, ler ou reler Patagónia Express de Luis Sepúlveda e, claro, Na Patagónia de Bruce Chatwin (não cheguei a ler este).
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