30.7.14

Como se a festa continuasse no Titanic



«Segundo diz a lenda, quando o Titanic começou a afundar-se a orquestra continuou a tocar para a elite dançante. Como se a festa não pudesse parar.

O problema é que o chá dançante deste Governo acabou. A austeridade sem fim só permite a salvação aos passageiros da primeira classe. Para os outros passageiros, da segunda e terceira classe, só restam bóias de salvação. Mas é evidente que no leme de São Bento sabe-se que o navio governamental acertou em cheio num iceberg. (...)

Enquanto o Governo e a leal oposição só estão obcecados com aquilo a que o rei Lear, de Shakespeare, chamava as "notícias da corte" (quem perde e quem ganha, quem está dentro e quem está fora do poder), à volta só há para oferecer um país corroído e sem futuro. (...)

O Estado, apesar das promessas, continua a aumentar os gastos. Os dislates governamentais são tantos que até já se fala de que Maria Luís Albuquerque rume para comissária europeia como "recompensa" por estes "excelentes" resultados. Nem com um holofote o Governo ou os portugueses vêem qualquer luz no fundo do túnel. Por isso o Governo tem de remover as caras com rugas para que a procissão chegue ao adro das eleições. Como se a festa continuasse.»

Fernando Sobral, no Negócios de hoje.
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