2.10.15

Dia de ser o que quisermos ser



«Pronto, chegámos ao ultimo dia de campanha. Amanhã é dia de reflexão e depois seja o que o crucifixo de Passos quiser. É altura de, como diria o - ainda - nosso PM, sermos aquilo que queremos ser. Mais ou menos, não é? Não dá para ser exactamente o que queremos ser porque há factores que não dominamos.

Por exemplo, dentro do que queremos ser para os próximos quatro anos, ninguém quer que deixar de ter Autoeuropa. (...) Não podemos ser o que queremos ser, no dia 5, porque não queríamos ser donos do Novo Banco e ainda somos. (...) A única forma é martelarmos o que queremos ser. Como naquela publicidade antiga do indiano que quer ter um Peugeot 206 e usa um elefante para dar forma ao velho chaço. (...)

Até nestas eleições, não tivemos oportunidade de ser o que somos. Fomos o que as sondagens disseram que éramos. Fomos martelados para dar espaço às sondagens. Vamos votar como se já soubéssemos o resultado final. Uns vão votar a ganhar por 3-0, outros a perder por dois, outros a zero e outros nem lá vão porque o jogo já acabou.

Não faço ideia o que este país quer ser. Já quis ser Cavaco Silva por mais 10 anos, tudo é possível. Dia 4 de Outubro não muda muita coisa, mas muda tudo, porque pode não mudar nada.»

João Quadros

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