«Donald Trump não é o proprietário do Trump Taj Mahal, nem do Trump Palace, nem do Trump Park Avenue nem do Trump Soho, nem dos muitos edifícios Trump que existem na América Latina ou no Cáucaso.
Há também água-de-colónia Trump, cartões de crédito Trump e chocolates Trump que se assemelham a barras de ouro. Os empresários compram a utilização do seu nome porque há muitos consumidores que acreditam nele. Trump atrai atenção e esse é o seu valor. Até os seus dois divórcios foram "bons para o negócio". Sérgio Monteiro não é Donald Trump. Mas, a acreditar no que diz a comunicação social, o Banco de Portugal vê nele um potencial idêntico ao de Donald Trump: o seu nome vende. Por isso contratou-o, por uma pechincha de 30 mil euros/mês, para conseguir vender o Novo Banco.
Com um vendedor assim, acredita o Banco de Portugal, ninguém resistirá. Monteiro venderá o Novo Banco como pipocas, imobiliário, os transportes colectivos de Lisboa e Porto ou a TAP. Não duvidamos do sucesso da tarefa. A venda da TAP revela-o, embora existam uns pormenorzitos que carregam as costas dos contribuintes que deveriam ser mais bem explicados.
No Banco de Portugal, Sérgio Monteiro não tem clientes: tem fãs. E isso parece ser uma garantia de sucesso antecipado. Trump costuma dizer: "Tornei-me rico. Posso fazer este país muito rico." Por isso concorre a Presidente dos EUA. Mais modesto, Monteiro não se candidata a PR de Portugal. Ele é um PR de si próprio. Só se espera que não se distraia e não venda todo o país. Para que Vítor Bento não tenha de emendar as suas proféticas palavras de há dias e ter de dizer: "Num ano, nenhum dos grandes bancos será nacional."»
Fernando Sobral
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