«O julgamento de Dilma Rousseff pelo Senado Brasileiro vai ser uma novela com poucos episódios.
Até porque Michel Temer quer uma decisão rápida, para poder ser presidente até 2018. A deputada do PT, Gleisi Hoffmann, recordando que 60% dos parlamentares brasileiros respondem em processos, perguntou: "Qual é a moral que tem os senadores aqui para dizer que ela é culpada, para cassar? Quero saber. Qual é a moral que vocês têm?" Ninguém respondeu. Olhando para o panorama, Juan Arias, no "El País/Brasil", escreve: "Seria necessário perguntar-se no que Dilma Rousseff acabou tropeçando politicamente, já que existe um consenso geral quanto a sua honestidade pessoal.". E acrescenta: "Não acredito no axioma de que as sociedades têm os governos que merecem. Pelo menos nem sempre é assim. Na verdade, quando se enganam costumam ter força para reagir." Para Temer, as coisas também não estão fáceis. Uma sondagem de popularidade em 22 cidades brasileiras indica que ele tem saldo negativo em todas. O que leva José Roberto de Toledo, no "Estado de S. Paulo" a questionar: "Michel Temer deve manter-se longe da política local - dos palanques, ao menos. O presidente em exercício anunciou que não fará campanha nas eleições municipais. Foi uma decisão esperta."
Já Alex Ferraz, na "Tribuna da Bahia", mostra o desassossego: "Eis aí, caros leitores, o quadro perfeito da sua programação televisiva pós-Olimpíada. Em vez de atletas, medalhas, pódio etc., voltaremos a ver na telinha parlamentares, mais especificamente senadores, fazendo todo o possível para aparecer o máximo possível, o que é muito importante para eles, notadamente em tempo de campanha eleitoral, pois com isso alguns podem ganhar mais força na defesa de seus candidatos municipais. (…) Será um grande 'show' com a maior parte dos seus protagonistas, seja de que lado for, vista com absoluta desconfiança pela opinião pública."»
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