«O cuidado a ter com a vasta comunidade portuguesa em Angola justifica esta participação dos partidos no congresso do MPLA?
Acho que é exactamente o contrário. Quando se pensa numa relação a longo prazo, tem que se pensar na relação entre povos, não na relação entre regimes. Este foi o erro que se cometeu com a África do Sul no tempo do “apartheid”, quando se apoiou o “apartheid” até ao fim. Isso não beneficiou nada a comunidade portuguesa, pelo contrário, prejudicou imenso a comunidade portuguesa, que ainda hoje é vista como uma comunidade que apoiou o “apartheid”.
A longo prazo, esta atitude não beneficiaria em nada a comunidade portuguesa, que hoje já não é vista com bons olhos em Angola. É vista como uma comunidade que sustenta o regime. Há diferentes comunidades portuguesas em Angola, há portugueses que estão em Angola há muito tempo e estão perfeitamente integrados e depois há estes novos portugueses que foram em busca de negócios, tentarem fazer a sua vida sem terem grande ligação aos angolanos, nem procurarem ter essa ligação. São comunidades muito diferentes, mas, de uma forma geral, este tipo de atitude não beneficia nada.»
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