«De repente, abriu-se uma nesga. Uma nesga na couraça de sorte e resultados positivos de António Costa. Passos Coelho vislumbrou um calcanhar de Ulisses na geringonça e atacou. Podemos dizer que o resultado foi uma espécie de burro de Tróia. (…)
Passos Coelho é o SIRESP de António Costa. Sempre que se vislumbra algum perigo, ele aparece e, com as suas acções, salva a geringonça. Mais uma vez com o seu discurso de tragédia, Passos fez de maluquinho da aldeia: "Vem lá o segundo resgaste! Vem lá o diabo! Há gente a suicidar-se por desespero!". Dá a sensação de que está na altura de alguém pagar um copo ao Passos.
Vinte e quatro horas depois, Passos Coelho veio pedir desculpa por não ter havido suicidas e de ter sido mal informado. Não chega. Passos não percebe que pior do que ter usado informação errada foi o que fez com ela. Passos Coelho pode ter lido a "Fenomenologia do Ser", de Sartre, mas ainda não entendeu a moral da história do Pedro e o Lobo. (…)
Não é preciso inventar fantasmas, há muitas perguntas sobre a realidade que têm de ser feitas e respondidas. Não me interessa se, segundo o Relatório do SIRESP, o SIRESP foi absolutamente espectacular. O SIRESP pode funcionar muito mal, mas tem uma grande auto-estima. Conheço tanta gente assim. Se o SIRESP custou o que custou, deve achar que é muita bom.
Este é um daqueles momentos em que faz falta um bom líder da oposição. Se Passos Coelho não está capaz, se José Gomes Ferreira não tem tempo, e se Cristas é a mãe de todos os eucaliptos, está na altura de pensar em reformular a floresta e o deserto que é a oposição.»
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