Como todos os anos, a Crise Académica de 1962 será comemorada pelos protagonistas e amigos, que ainda por cá andam, num jantar que terá lugar não hoje mas amanhã, já que a velha Cantina da Cidade Universitária está fechada ao Domingo. É um ritual a que muitos não renunciam e lá estaremos, quase 200 pelo que julgo saber.
Dos grandes festejos do cinquentenário, há sete anos, ficou para a história uma moção aprovada por todos os presentes – mais de 400 –, na qual «os jovens de 1962» declararam não poder «tolerar em democracia o que repudiavam em ditadura», numa referência a uma pesada carga policial que tivera lugar dois dias antes. Recordo hoje esse texto:
MOÇÃO
Há 50 anos, a indignação perante uma carga policial sobre estudantes que pretendiam comemorar o Dia do Estudante deu origem ao luto académico que hoje aqui evocamos.
Há dois dias, vimos nas televisões as imagens de polícias carregando de novo sobre jovens, com uma violência desmedida e desproporcionada. Mais vimos o espancamento de jornalistas, pondo em risco a isenta cobertura da carga policial.
Os jovens de 1962 não podem tolerar em democracia o que repudiavam em ditadura. Assim, os participantes na Crise Académica de 1962, reunidos na Cantina da Cidade Universitária em 24 de Março de 2012, decidem:
- Manifestar o seu repúdio pelos actos de violência policial verificados em Lisboa e no Porto a 22 de Março de 2012;
- Dar conhecimento desse repúdio a Suas Excelências o Presidente da República, a Presidente da Assembleia da República, o Primeiro-Ministro; o Ministro da Administração Interna, o Inspector-Geral da Administração Interno e o Sr. Provedor de Justiça, assim como aos órgãos de Comunicação Social.
Cantina da Cidade Universitária
24 de Março de 2012
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