«Quando Nelson Mandela ganhou as eleições na África do Sul, o arcebispo Desmond Tutu (que tinha com ele uma proximidade de amigo íntimo) achou por bem dizer-lhe que as camisas de padrões étnicos que ele usava eram demasiado folclóricas e de um gosto horrível. Achava que ele devia vestir-se de uma forma mais discreta, mais formal, para ser levado mais a sério. Mandela ouviu-o com toda a atenção, depois riu-se com gosto e respondeu-lhe: "Engraçado... e quem me diz isso é um homem que usa vestidinhos cor-de-rosa em público!"
Por que republico esta história, que já aqui contei antes? É simples: porque tanto serve para questões de gosto como para questões de intolerância. Não deixa de ser muitíssimo curioso que a ala mais conservadora da Igreja Católica manifeste gostar tanto das coisas definidas sem equívocos e esteja tão preocupada com os perigos da descaractarização de géneros por via da vestimenta, logo ela que desde sempre veste os seus homens com "vestidinhos cor-de-rosa" e os enfeita de rendinhas e bordados. Et pour cause...
(Nota: É bom constatar que o sentido de humor é frequentemente um denominador comum às grandes personalidades. Sem o humor, o mundo seria um lugar ainda mais tenebroso do que as camisas de Madiba.)»
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