1.11.19

Começam os disparates e o novo governo ainda nem saiu do adro



Eu sei que o conteúdo do texto é reservado a assinantes, mas não interessa para o caso. Alexandra Leitão, a nova ministra de tudo e mais alguma coisa, diz em entrevista ao Público que pretende que a assiduidade seja premiada como componente «de um pacote plurianual de valorização dos trabalhadores de emprego público.» Mais concretamente, afirma que «na medida em que temos uma taxa de absentismo muito elevada, se é verdade que ela pode ser atacada através das juntas médicas, também um incentivo à assiduidade é importante.»

Não sei se o ar condicionado dos gabinetes faz mal aos cérebros, mesmo aos altamente considerados, mas parece-me que sim.

1 – Se alguém é obrigado a estar presente para exercer determinada função, premiá-lo por isso é, como se dizia dantes, «de cabo de esquadra».

2 - Se o incentivo for aliciante, os refractários frequentes podem correr para serem mais do que cumpridores e baterem palmas porque passam a ter mais tempo para usar nas redes sociais.

3 – Finalmente e mais a sério: no mundo digital em que vivemos, onde cada vez mais pessoas trabalham em casa, no comboio ou numa outra cidade, uma medida destas faz algum sentido? Ou pensa a ministra registar a hora a que o senhor Silva fez «login» no dia x e fiscalizar se começou a trabalhar ou se pôs um gatinho no Facebook?
.

2 comments:

Bmonteiro disse...

Óptimo sinal, da falta de senso, conhecimento do mundo do trabalho,
psicologia, responsabilidade e capacidade de motivar.
Há-de ir longe.

Niet disse...

Como é que o António Costa caiu numa destas com um governo XXL de eficácia mais do que duvidosa? O certo é que o inefável J.Miguel Júdice muito cauteloso frisou no TJ da Sic
(29/10) que o PM está muito apreensivo com a conjuntura económica mundial...E os indicadores-chave da economia portuguesa estagnaram ou desceram, especialmente no sector exportador com os têxteis " cientificos " a volatizarem-se e o calcado a marcar passo. Eu bem disse aos meus amigos de Lisboa que o fim abrupto da " Geringonca " era uma péssima novidade, a näo ser, que isso queira emitir o sinal trágico de uma rendicäo encapotada à logica infernal da tríade BCE/FMI e OCDE...