2.1.20

A margem de 2020


«Assistimos a um estranho movimento que tenta dissociar o resultado das contas públicas do desempenho do Estado no exercício das suas funções. Assim, elogia-se o excedente orçamental mas critica-se o estado da Saúde ou dos transportes quando, na verdade, o primeiro só é possível à custa dos segundos. (…)

Quem defende o excedente diz que é por uma questão de reputação do país. Mas a verdade é que, depois de atingir uma situação perto do equilíbrio, insistir num excedente pode ajudar a reputação momentânea de um Governo ou de um ministro, mas não protege o país. Num cenário de crise, a reputação desfaz-se num piscar de olhos, e o que conta é se os serviços públicos e a economia foram reforçados com os investimentos necessários.»

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