Gabriel Garcia Márquez faria hoje 95 anos e morreu há oito. Foi certamente um dos escritores da minha vida e, durante muitos anos, respondia à tal pergunta parva sobre o livro preferido entre todos referindo «Cien años de soledad». Em espanhol, sim, porque não esperei pela tradução para o ler, assim que saiu em 1967. Não sei se foi o «melhor livro escrito em castelhano desde Quixote», como terá dito Pablo Neruda, mas foi certamente um marco.
Pelo caminho, ficaram «Os Funerais da Mamãe Grande», «O Outono do Patriarca», «O Amor nos Tempos de Cólera» e muitos outros. Até que, em 2002, me precipitei de novo para a primeira edição, em espanhol, de «Vivir para contarla», relato romanceado das memórias da infância e juventude de GGM. A prometida continuação nunca veio (o que foi anunciado como um primeiro volume pára em meados da década de 50). Releio hoje o que escreveu como epígrafe do livro: «La vida no es la que uno vivió, sino la que recuerda y cómo la recuerda para contarla.»
Há quase dez anos fui a Arataca umas horas, visitei a casa dos avós, onde Gabo nasceu e que hoje está transformada em museu, sempre à espera de encontrar algum membro da família Buendía ao virar de uma esquina, um qualquer José Arcádio ou um dos muitos Aurelianos… Foi em Aracataca que se inspirou para criar a mítica aldeia de Macondo, de «Cem anos de solidão».
Em rigorosa «peregrinação», fiz um desvio de dezenas de quilómetros para chegar a essa localidade, hoje com 45.000 habitantes, feia e infelizmente desmazelada, que não honra como devia o que de mais importante deu ao mundo.
Pode espreitar para ver AQUI a casa em detalhe, os móveis, a cama onde nasceu, a escola, etc. etc.
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