24.7.23

Moçambique e 24 de Julho

 


Nasci numa rua com acácias vermelhas que nunca esqueci, na antiga Lourenço Marques, hoje Maputo.

Morei durante toda a minha infância na Av. 24 de Julho, enquanto aprendia todos as estações e apeadeiros da Linha do Norte na «Metrópole», ouvia falar do frio no Natal e fazia redacções sobre as latadas no Douro.

O nome da rua devia celebrar o dia em que Patrice Mac-Mahon presidente da França, declarou, em 1875, que a Ilha da Inhaca (e a dos Elefantes) era território moçambicano, e portanto português, numa acção de arbitragem entre o governo britânico e o de Lisboa. Mas suspeito que vivi anos a comemorar a entrega de Lisboa ao Duque da Terceira, em 24 de Julho de 1833, pelo Duque de Cadaval, antigo primeiro-ministro do rei D. Miguel.

Vingança consumada: foi em Inhaca que comi os melhores caranguejos do mundo, quando voltei a Moçambique há vinte e poucos anos.
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