8.3.24

Balanços

 

«O grande problema criado por este início de campanha não foi o discurso de Passos sobre a imigração. Isso, digo-o com pesar, até pode ter rendido votos à AD. Foi a sua presença, como recordação de um tempo e de escolhas (bem para além da troika, na intensidade e na duração) que o PS queria que fossem recordados. Durante a campanha, Montenegro foi tropeçando em idosos que lhe falaram da companhia de Passos Coelho. A direita política adora Passos e nunca conseguirá entender até que ponto ele é um ativo tóxico. Espero que desta vez tenha ficado claro. (…)

O voto que Pedro Nuno Santos tem de segurar e reconquistar é demográfico e sociológico: os trabalhadores que viram o salário mínimo aumentar, os que sentiram grandes melhorias de vida nos últimos oito anos, os mais idosos, que veem, com razão, o PS como um “porto seguro” – e a entrada de Pedro Passos Coelho na campanha foi excelente – e as mulheres (a intervenção de Paulo Núncio ajudou). Tudo eleitores fundamentais para o PS, porque é neles que tem a base maioritária do seu voto. Por isso, é com eles que tem de dramatizar. E tem argumentos fortíssimos, porque o PSD esteve sempre na oposição a todas estas conquistas, salário mínimo incluído. E sim, estes últimos dias são mesmo para isso: dramatizar. Sempre foram.»

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