«Qualquer que seja o resultado eleitoral de domingo, e a acreditar no que dizem as sondagens, Luís Montenegro sairá sempre derrotado. É óbvio que, se a AD ganhar, terá de governar com o Chega. Caso contrário, o Executivo liderado por Montenegro terá perna curta neste novo Parlamento. No caso de vencer estas eleições e precisar do Chega para formar Governo, Montenegro poderá ter de começar a legislatura apunhalando a confiança de uma parte considerável do eleitorado, a quem prometeu que uma coligação com Ventura seria “impossível de acontecer”.
Em caso de vitória do PS e de Pedro Nuno Santos, o líder da AD só terá duas opções: reeditar uma geringonça à Direita, como António Costa fez em 2015, juntando os partidos de Esquerda, o que permitiu ao PS, apesar de ter perdido as eleições, derrubar o Executivo de Passos Coelho.
Ou então, derrotado, sair da liderança do PSD. É que tendo de legitimar um Governo minoritário (ou não) de Esquerda, ressurgirá o fantasma de Pedro Passos Coelho, que regressado à vida política, será sempre um trunfo dentro do PSD. Em qualquer dos cenários, a vida não está fácil para Luís Montenegro. Daí que a estratégia do líder da AD, nestes últimos cartuchos, seja dirigida para os indecisos, aqueles que costumam contrariar as sondagens e que, por variadas vezes, mudam o tabuleiro de xadrez. Ignorar André Ventura tem sido um dos planos estratégicos, ao dizer que não entra “no recreio”, apesar de este continuar a assegurar que tem fortes apoios “fantasmas” dentro do PSD a favor de uma coligação. Na verdade, a AD está a conseguir “apagar” o Chega. A campanha está cada vez mais bipolar, quando esta já chegou a ser tripolar, como seria desejo de André Ventura. A única salvação de Montenegro é conseguir formar Governo sem necessitar de Ventura. Não espanta que o apelo ao voto útil vá aquecer nestes últimos dias.»
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1 comments:
A sensibilidade de Esquerda e a de Direita são diferentes. Por isso, por muito que tente, não consigo entender como é que há eleitorado que "salta" de uma para outra na hora de votar. Algo não estará muito claro nas suas cabeças.
Acho piada, quando alguém diz que muda o seu voto para "castigar" determinado partido. Quem sai castigado, no fim das contas, é sempre o povo governado.
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