28.12.07

Homens e lobos

ACTUALIZAÇÃO (*):

No Quarta República (via A Origem das Espécies).

«O Governo, o presente, desmantelou mais uma Unidade de Urgência em Vila Pouca de Aguiar, tendo os doentes que seguir para Vila Real. (...)

Enquanto isto, o Governo, e aí não sei se foi o actual, esbanjou entre 100 e 150 milhões de euros para construir um viaduto exclusivamente destinado a lobos e proceder a alterações no traçado da auto-estrada de Vila Real para Chaves, precisamente nas imediações de Vila Pouca de Aguiar.

Apesar de haver várias passagens subterrâneas destinadas aos bichos em geral, a distinta casta dos lobos exigiu um caminho aéreo, com arranjo paisagístico especial, para não lhes criar stress no atravessamento.

São sete os lobos de tão elevada estirpe, pelo que cada um custou cerca 20 milhões de euros!...De elevada estirpe e de inteligência pelo menos tão fina como a dos promotores do loboduto: parece que ainda nenhum atinou com tal caminho!...»


Embora reconheça que há muita ignorância e/ou muita demagogia nas manifesações contra encerramento de urgências e similares, custar-me-ia a engolir esta «pílula» se vivesse em Vila Pouca de Aguiar...



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(*) Aconselho a leitura dos esclarecimentos deixados pelo leitor Henrique Pereira dos Santos (a quem agradeço) na Caixa de Comentários.

6 comments:

Ana Cristina Leonardo disse...

também já os lobos serão temas fracturantes?

Joana Lopes disse...

Pelo menos são objecto de especial atenção.

Henrique Pereira dos Santos disse...

SE quiser ler alguma coisa mais proveitosa sobre a história dos lobos que demagogia barata aconselho:
http://ambio.blogspot.com/
henrique pereira dos santos

Joana Lopes disse...

Obrigada. Já li, mas devo confessar que não fiquei muito mais esclarecida.

Henrique Pereira dos Santos disse...

E leu os links para que se remete?
henrique pereira dos santos

Henrique Pereira dos Santos disse...

Aqui vai a transcrição de uma mensagem (não minha) numa lista de discussão que tem alguma informação útil (embora não a questão essencial que é a discussão sobre as razões que levam os decisores a menosprezar as políticas de conservação no momento em que formatam outras políticas, como foi o caso da adjudicação das concessões antes dos estudos ambientais feitos).

"Tendo em conta que existe alguma confusão na lista sobre A24, Lobos, Ecodutos Viadutos, 100 milhões, e afins, vamos tentar esclarecer algumas coisas:

Sim o traçado inicial da A24, foi chumbado havendo necessidade em fazer um novo projecto visto que o projecto inicial, era um projecto em fase de excussão, não tendo por isso alternativas.

O traçado do projecto inicial da A24 foi chumbado, por um conjunto de valores presentes (biológicos, património arqueológico, paisagisticos entre outros), entre os quais devido á presença de uma área vital para uma alcateia de lobos (Canis lupus signatus), espécies em perigo e classificada pela Comunidade Europeia como espécie prioritária a proteger.

A alteração do traçado da A24, teve um custo adicional de 100 milhões? Isto não sei, apenas posso afirmar que com certeza não foi por causa do Ecoduto construído “para os lobos”, para quem nuca o viu, este tipo de passagem é exactamente igual a uma passagem superior agrícola (PAS), apenas sendo algo mais larga (as PAS têm normalmente 4-5 metros de largura e este ecoduto tem 15). Que me digam que o viaduto construído para atravessar o vale de Vila Pouca de Aguiar acresceu ao custo total previsto para a construção inicial da A24, acredito que sim.

Que o viaduto era desnecessário ser construído? Não, o atravessamento do Vale de Vila Pouca de Aguiar era sempre necessário ser atravessado por uma estrutura do género, senão vejamos. Imaginemos que o viaduto de Vila Pouca de Aguiar não era construído no âmbito da A24, como é que a o IC5 (continuação da A7), em direcção a Este (Nó do Alto do Pópulo) iria atravessar o Vale de Vila Pouca de Aguiar?

Alguém sabe quanto foi o financiamento da UE para a A24? Financiamento este, que não era feito caso se mantivesse o traçado inicial, visto que estava em causa valores protegidos pela mesma UE.

Se este projecto tivesse sido feito em estudo prévio, talvez não estaríamos a discutir esta coisa neste momento."

henrique pereira dos santos