É por estas, e também por outras, que eu nunca, mas nunca, poderia ser membro de um partido da democracia que temos. Nem seria um dos 50 deputados que ontem preferiram estar fora da sala para não votarem nem a favor nem contra a disciplina de voto a propósito do casamento de homossexuais, nem seria capaz de fazer isto:
«Muitos dos socialistas que votaram vencidos a liberdade de voto garantiram ontem que vão seguir a orientação da bancada.»
«Muitos dos socialistas que votaram vencidos a liberdade de voto garantiram ontem que vão seguir a orientação da bancada.»
1 comments:
No que me diz respeito, é mais por outras do que por estas. Este artifício, que dá pelo nome de “democracia”, no exercício do qual os cidadãos esgotam a sua participação no acto quadrienal de introduzir um voto numa caixa, não passa de uma burla, que começa logo no logro de estarem convencidos que vão eleger alguém que os vai “representar”.
Mais tarde ou mais cedo, – por mim desejaria que fosse mais cedo – sentiremos relativamente a este modelo o mesmo distanciamento que sentimos hoje relativamente à democracia grega – onde apenas uma pequena parte da população tinha direito a voto – ou mesmo relativamente a exemplos mais recentes, como foi o caso da primeira república, onde as mulheres ainda eram excluídas.
nelson anjos
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