A comunicação social tem publicitado, nos últimos dias, uma série de iniciativas que visam impedir a destruição de mais um ex-libris da resistência e o movimento «Não apaguem a Memória!» acaba de divulgar um Comunicado nesse sentido.
COMUNICADO
Nos últimos dias têm vindo a lume diversas notícias anunciando a mudança dos tribunais a funcionar na Boa-Hora para o Parque das Nações e a cedência do edifício para «hôtel de charme».
Assim, depois da passagem a espaço burocrático da antiga prisão política do Aljube, da transformação da sede da PIDE em condomínio de luxo, da proposta de fazer uma pousada no forte de Peniche, chegou a vez do Tribunal Plenário de Lisboa. Apesar das boas palavras e resoluções da Assembleia da República, parece não poder haver dúvidas de que a memória da luta antifascista é algo que, para lá de não se querer preservar, se pretende destruir.
Dizem-nos que não é por fazer da PIDE um condomínio, de Peniche uma pousada, da Boa Hora um hotel que a memória da resistência antifascista desaparecerá.
Ora não é o temor de que a alteração física dos edifícios leve ao esquecimento que nos leva a protestar pela sucessiva entrega desses lugares de memória da resistência a projectos imobiliários. O que nos preocupa é o sinal que isso envia às novas gerações, que não viveram a luta antifascista. O que nos preocupa é que a facilidade com que se destroem símbolos lhes comunique uma ideia de desinteresse por uma luta que está na base da democracia em que vivemos, ou, mesmo, de complacência para com a ditadura.
O que nos preocupa é só conseguirmos compreender esse desinteresse pela memória da resistência como um sinal de vitória póstuma da ditadura. Ou seja: como um desinvestimento na democracia. O que nos confunde tanto mais quanto ao mesmo tempo se preparam, com pompa e circunstância, as comemorações do Centenário da República.
Insistimos, por isso, na necessidade de recordar, na António Maria Cardoso, que ali sofreram e morreram diversos antifascistas; de recusar a transformação de Peniche e da Boa-Hora em unidades hoteleiras; de preservar o Aljube e criar, ali, o Museu da República e Resistência.
A Direcção do NAM
(Também publicado aqui.)
(Foto de Ana Vidigal)
2 comments:
acho bem, mas desejo sobretudo que quem dormir na ex-sede da pide todas as noites tenha pesadelos.
Joana, não deves esquecer os créditos das imagens ;)
bjos ana
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