Quando os computadores invadirem generalizadamente as escolas – o que será óptimo, sem qualquer espécie de reserva da minha parte – morrerá definitivamente o ensino da caligrafia (se é que ainda existe). Desapareceram há muito aqueles cadernos especiais, com duas linhazinhas paralelas que só as maiúsculas podiam ultrapassar. Mas muito em breve será a própria relação de cada um com a sua própria letra, com a da sua geração, ou mesmo com a do seu país, que se extinguirá, pura e simplesmente.
Para Umberto Eco, o declínio do ensino da caligrafia nas escolas prejudica a aprendizagem de uma habilidade psicomotora que favorece a coordenação entre a mão e os olhos e espera que a humanidade redescubra esta ferramenta que foi indispensável no Ocidente, desde a assimilação helénica da escritura fenícia, por volta do século VII antes de Cristo.
Não creio. As cartas de amor nunca mais serão manuscritas nem perfumadas (talvez com o Windows 9 ou 10, sabe-se lá...) e o meu amigo A. bem pode regressar ao estudo dos astros porque a grafologia tem certamente os dias mais do que contados.
(A partir de)
4 comments:
Mas faz pena. Diz-me que letra tens dir-te-ei quem és. E aqueles corações trespassados com setas!?
Exacto. E as fitinhas que atavam as cartas nas gavetas das avós...
Agora só por Twitter - 140 caracteres e «mai nada».
A.=A. V. S.?
True-
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