22.10.09

Allons enfants de la patrie

















A polémica regressa a 22 de Outubro, em França, desde que há dois anos Sarkozy tornou obrigatório que fosse lida nas escolas uma carta de Guy Moquet, como «testemunho dos valores de sacrifício e de coragem, fundamentais para os jovens franceses».

As reacções não se fizeram então esperar por parte de partidos, sindicatos e muitos professores que recusaram seguir a determinação, acusando-a de oportunismo e de instrumentalização de um documento - descontextualizado e de cariz tipicamente pessoal.

Guy Moquet foi um jovem comunista francês, de 17 anos, executado em 22 de Outubro de 1941, num campo de reféns em Châteaubriand, juntamente com mais de duas dezenas de resistentes. Na véspera da execução, escreveu um texto de despedida à família e não se entende, de facto, o que é que pode justificar a imposição da sua leitura nas escolas, a não ser um certo tipo de sentimentalismo destinado a fomentar o orgulho da pátria.

Menos entendo ainda por que mistério foi considerado que a dita carta podia «dar força» à equipa de rugby francesa!

De fil en aiguille, vem-me à memória o êxtase perante o hino nacional cantado pelos nossos bravos «rugbistas», que me arrepiou não de orgulho mas de medo. E porque há sempre mais fio e mais agulhas, façam o favor de ler o post que a M. Manuela Cruzeiro publicou hoje nos «Caminhos da Memória». Nada a ver? Mais do que possa parecer.

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