A propósito desta notícia, Manuel António Pina, hoje no JN.
Vai uma ditadurazinha?
O homem que veio do "apartheid" defende, do alto dos seus milhões e das suas dívidas, "um novo género de ditadura".
Em entrevista à Lusa, logo abocanhada pela voracidade dos media pelo "monstro na primeira página", o comendador (ou comentador?) Berardo diz-se "preocupado com o aumento do custo de vida em Portugal". Não por terem subido o pão (ele só come brioches), a água (ele bebe "whiskey"), ou os transportes (ele anda de limusina), mas porque isso "vai resultar em revoluções" como as que derrubaram as ditaduras da Tunísia e do Egipto (imagina-se-lhe nesta altura uma lágrima no canto do olho recordando a sua saudosa ditadura "boer").
A novidade do "novo género de ditadura que temos de aprender" é ser assim a modos de "quando Salazar tomou conta de Portugal" e "não havia alimentação e havia bombas em Lisboa todos os dias nos anos 30".
Berardo lembra-se bem desses tempos e, por isso, espera que Portugal, "um povo que dominou o mar há 200 anos" (também se lembra perfeitamente de Portugal dominar o mar "há 200 anos"), dê "uma volta grande [como] no passado" em vez de fazer planos "a 2 ou 3 anos para resolver o problema de amanhã".
Quando alguém com dinheiro estala os dedos, os media vão sempre a correr. O problema é que, como Sócrates diria, não basta ter dinheiro no bolso para ter alguma coisa na cabeça. Isto independentemente do que Berardo tenha na manga a não ser o gosto de se ouvir falar.
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1 comments:
A haver uma ditadura, só se for uma de cariz Popular...que ainda não experimentamos!
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