«Não há memória de nenhuma economia ter crescido com políticas de austeridade, que apenas devem servir para regular o excessivo crescimento, altura em que nunca foram aplicadas. Aliás, as políticas sucessivas de cortes de salários e de pensões têm alimentado o ciclo da pobreza em Portugal. Menos rendimento implica menos produtividade, menos investimento e menos consumo. (...)
Vivemos hoje num país mais pobre, mais deprimido e com muitas decisões estratégicas pertinentes para tomar, como a reforma do Estado e a da segurança social. Estas reformas tardam em chegar, enquanto as autoridades monetárias e orçamentais portuguesas e europeias vão gerindo o sistema, sem o reformar, transformando alguns países em "laboratórios de ensaios" de políticas inadequadas que procuram corrigir os erros de uma classe política medíocre, à conta dos sacrifícios dos cidadãos e das empresas que geram valor acrescentado e emprego.
Portugal representa a falência de um sistema em que se baseou a sociedade europeia desde o final da II Guerra Mundial, em que as condições estruturais eram completamente diferentes das do século XXI.»
Miguel Varela, no Negócios.
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