23.5.11

Porque, afinal, parece que o rei vai nu


… mais vale ir aprendendo algumas coisitas sobre «Renegociações, reestruturações e outras confusões».

«A conversa vai animada, mas transmite a ideia de que os que nela participam nem sempre compreendem o que dizem, umas vezes, porque não sabem, outras vezes, porque não conseguem distinguir entre o conteúdo técnico das propostas e os seus pressupostos políticos, ou ideológicos.

Não se trata de matéria despicienda, porque das várias alternativas resultam consequências diversas e gravosas, sobretudo para os que têm, sempre, beneficiado de rendimentos mais baixos sem poderem participar no banquete do “poder”.

Renegociações e reestruturações, de quê? Claro que, da dívida. Mas importa, apesar de a chamada de atenção já ter sido feita várias vezes, que o que está em causa não é, apenas a dívida pública mas, também, a dívida privada. Se outra razão não existisse há, pelo menos, a da forte interdependência entre uma e outra; tudo o que se fizer numa não deixa de ter consequências sobre a outra e vice-versa. E vale a pena recordar que a dívida privada representa mais de 80% do total da dívida.
Porquê as confusões? Vejamos o que se discute:

- Há quem não queira ouvir falar nem numa, nem noutra;
- Há quem considere que se pode admitir a possibilidade de renegociação, mas de reestruturação, nunca;
- Há quem diga que a reestruturação é inevitável e nem quer ouvir falar de renegociação.

Terá tudo isto algum sentido? O meu ponto de vista é o de que não.»

Ler o resto aqui.
.

1 comments:

Fada do bosque disse...

Quanto a este tema de renegociação e reestruração da da dívida, deixo aqui um comentário do dr. Garcia Pereira no seu blogue e desde já constato, que nada tem a ver uma coisa com a outra. Na reestruturação não há espaço para negociar juros, spreads ou seja o que for.
Bem... pode ser que se pense que o dr. Garcia Pereira é um radical, mas eu acredito que quem o dirá é o tempo...

«Convém recordar, ainda e uma vez mais, que foi exactamente isso, e por virtude das políticas impostas pelo FMI, que sucedeu na Argentina (cortes salariais e das pensões, aumento dos impostos, encerramento de empresas e despedimentos em massa e, por fim, indisponibilidade de movimentação e imediato confisco de parte das contas bancárias), e a situação só se começou a inverter e a especulação financeira só terminou quando o Presidente Kirchner decretou unilateralmente que a Argentina apenas pagaria 0,30€ por cada dólar da dívida e rigorosamente nada a título de juros.

Mas naturalmente que os defensores e apoiantes da Troika não querem que o Povo Português tenha conhecimento dessa experiência... »